Unção X Fraqueza - Hebreus 11 -
Por Amaury Andrade[a]
No Livro de Hebreus 11 nos vemos frente a frente com a galeria de heróis da fé. É verdade que todos nos surpreendemos com a coragem e a determinação em perseverar que todos tiveram ante as dificuldades. Se observarmos bem cada um deles com maior propriedade, veremos então que todos cometeram erros durante suas vidas, mesmo sendo escolhidos por Deus. Noé foi um bom intercessor, mas não teve a mesma habilidade espiritual quando embriagou-se com vinho ao ponto de amaldiçoar seu filho. O grande Pai da Fé, Abraão, o amigo de Deus, temeu e mentiu diante dos reis. O homem segundo o coração de Deus, Davi, no ápice de seu reinado, adulterou com a mulher de seu general Urias e o mandou para a morte na frente de batalha, tornando-se um homicida. Seu filho Salomão foi cheio por Deus de sabedoria e conhecimento, no entanto cedeu aos prazeres da carne além de profanar o templo com falsos deuses.
Todas as nossas fraquezas tendem a nos levar ao desânimo. E nossa única forma de sermos vitoriosos é aprendermos a depender de Deus em tudo o que fazemos, pois humildade quando seguida de quebrantamento e singeleza de coração, realmente são aquilo que Deus mais valoriza em seus servos. Quantos de nós lutamos todos os dias entre a Unção e a Fraqueza? O poder do Santo Espírito e o Pecado? Ora, sentimos que estamos cheios do Espírito Santo, que temos dunnamis, nos admiramos porque os demônios nos se submetem, curamos doentes e profetizamos, fazemos obras gloriosas, mas caímos diante do pecado. Esta é uma verdadeira guerra que se trava dentro de nós, pois Unção e Fraqueza andam lado a lado em nossas vidas numa luta sem tréguas.
O Apóstolo Paulo, também conhecido no Novo Testamento como “grande amigo de Deus” é um bom exemplo para tudo isto. O Apóstolo sangüíneo, ousado e determinado em tudo aquilo que fazia para Deus e com Deus, chegou ao limite de suas forças quando a Unção e a Fraqueza travaram grande batalha interna. Sua Carne e Espírito digladiaram até levá-lo a um grito de dor retratado a próprio punho: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7:24). Eis aí o grito de todos nós!
Certa vez ouvi de um anônimo: “Às vezes Deus deixa nos melhores santos algumas fraquezas, e por mais que queiram não conseguem livrar-se delas, nem se corrigir, para que sintam sua própria fraqueza, e vejam o que seriam sem a graça de Deus. Só as fraquezas impedem que nos vangloriemos dos favores que recebemos de Deus”.
Pastores, supervisores, líderes de células e líderes de louvor ou todo aquele que está em evidência, nós nos colocamos entre o povo e Deus, somos responsáveis por conduzir a Congregação à Sua presença, às vezes fracassamos, cometemos erros e tememos pelo pior. Porém, sabemos que a Unção continuará que, haveremos de vencer, apesar de nossas fraquezas, pela graça e infinita renovadora misericórdia de Deus. Pois o que recebemos de Deus é depositado em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não nossa.
Dependência de Deus, eis a qualidade exigida de todo obreiro, que ao mesmo tempo em que está diante de Deus e diante do povo, vê-se confrontado por seu próprio pecado. Esta é a realidade de todos nós. Uma luta sem tréguas entre poder e fraqueza, carne e espírito, fé e razão. Por isso nossa única solução é confiar sempre na graça do Pai! Isaías já era profeta, mas quando teve um real encontro com Deus, a glória do Pai expôs seu pecado. Então gritou: “Ai de mim! Estou perdido!”. A brasa viva tirada do altar o purificou de seus pecados e sua iniqüidade foi perdoada! Deus será sempre misericordioso conosco. Sua graça está sobre nós, basta dependermos dele em todos os momentos! A eficiência e eficácia do sangue de Jesus devem estar sempre presentes diante de nós. Além de ousadia para entrar no santo dos santos, pelo sangue do Cordeiro.
[a] É Administrador pela Faculdade São Luís, Esp. Auditoria e Controladoria pelo UNICEUMA, Cristão, Membro da Catedral de Louvor Maranata em Vinhais, São Luís, MA.
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